
Escritórios compartilhados, interação entre as pessoas e infraestrutura adequada devem atrair parte da nova demanda fruto do trabalho remoto
A adoção repentina do home office, por força da política de distanciamento social para o combate à pandemia, abriu as portas para outra realidade no mundo do trabalho.
A flexibilidade de poder trabalhar fora da empresa, que pode ser na residência ou mesmo nos espaços compartilhados, como os coworkings, mostrou seu valor tanto para as companhias quanto para os colaboradores.
Mas o formato adotado por força da ocasião impõe uma série de desafios para manter as equipes motivadas e produtivas, e, com isso, a nova tendência no pós-pandemia de adoção do trabalho híbrido chegou como solução para esses problemas.
A busca pelo melhor formato de trabalho é hoje o debate travado pelas áreas de gestão de pessoas das empresas que não pretendem voltar a ter escritórios próprios ou vão optar por estruturas menores. Quem ganha espaço neste novo modelo híbrido de trabalho são os coworkings, bastante conhecidos por quem busca economia, mas cujas vantagens vão muito além.
Nova demanda
Dados do Censo Ancev 2021, realizado pela Associação Nacional dos Coworkings e Escritórios Virtuais com 206 respondentes, dos 1.647 espaços ativos nas 100 maiores cidades do país, confirmam a perspectiva de expansão do segmento atendendo a esta nova demanda por espaços compartilhados.
Do universo pesquisado, 40,3% dos coworkings estão em processo de expansão, 12,6% foram recém-criados e 36,9% se consideram consolidados. Nos últimos 12 meses, quase 50% dos espaços registrou lucro acima ou dentro do esperado.
Sobre a adesão de clientes ao formato híbrido, 16,5% dos coworkings afirmaram que um quarto dos clientes já aderiu. Os espaços de trabalho compartilhados que relataram adesão entre 75% e 100% de seus clientes ao formato híbrido chegaram a 14,6%.
“Muitas empresas que colocaram os funcionários em home office exclusivo, agora começam a perceber que com o tempo pode ser uma medida improdutiva, que reduz a criatividade dos colaboradores e pode afetar a saúde mental e física, pelo trabalho em locais inadequados e a falta de interação presencial”, comenta Patrícia Coelho, diretora de operações e novos negócios do Club Coworking, explicando o bom momento vivido pelos espaços compartilhados, pela economia que oferecem e também ao permitirem que as pessoas se encontrem, trabalhem juntas e troquem informações.
“O coworking como nós pensamos se torna um ecossistema, um hub em que pessoas trocam informações e as empresas ali alocadas podem descobrir sinergias e possibilidades de negócios entre si. É um ambiente muito rico”, diz ela.
FONTE: Exame | FOTO: Shutterstock