
Secretário e apresentadora passaram a trocar acusações de forma mais intensa nos últimos meses
O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou nesta segunda-feira (14) que o secretário especial da Cultura, Mario Frias, seja intimado a prestar esclarecimentos no âmbito de uma interpelação judicial criminal movida contra ele pela apresentadora Antônia Fontenelle.
O advogado que faz a defesa de Fontenelle, Gil Ortuzal, afirma que, se Frias se recusar “a dar as respectivas explicações ou dê de forma não satisfatórias, poderá responder pelas ofensas”.
Frias e Fontenelle têm trocado acusações de forma mais intensa nos últimos meses. Em vídeo publicado em fevereiro deste ano, a apresentadora foi chamada de “ressentida e amargurada” pelo chefe da pasta da Cultura.
“O que você fala não vale nem R$ 1, quiçá um projeto cultural da Rouanet”, disse o secretário na ocasião, quando também prometeu processá-la.
No início deste mês, Fontenelle acionou a Justiça contra Frias.
Em outubro do ano passado, ela já havia afirmado que a Secretaria da Cultura do governo Bolsonaro estava “cheia de amiguinhos de Mario Frias” e que nenhum deles “é qualificado para estar lá”, inclusive o próprio secretário.
Após declarar “esse governo não tem cultura”, ela foi criticada pelo subsecretário André Porciuncula (Fomento e Incentivo à Cultura), braço direito de Frias, nas redes sociais.
Porciuncula rebateu a atriz e, sem citar o nome de Antonia, afirmou que essa “acusação” é “pura bravata retórica” —e Frias respondeu o post com o seguinte comentário: “Calopsita! kkk”.
Não posso fazer crítica? Tenho que achar tudo bonitinho? Isso é comportamento de secretário da Cultura? Me chamar de calopsita?”, afirmou Antonia à coluna.
“Não precisamos de um puxa saco do presidente, mas sim de alguém que faça um belo trabalho na cultura. O teatro e o cinema precisam voltar a funcionar, não é meia dúzia de ações que eles estão fazendo ali. Ele [Frias] não tem credibilidade, não tem agenda, ele é desqualificado.”
FONTE: Monica Bergamo Folha Online | FOTO: Divulgação