Defesa da influenciadora que acusa Renato Kalil de violência obstétrica solicitou ao Cremesp que ele seja impedido de exercer medicina

A defesa da modelo e influenciadora Shantal Verdelho protocolou nesta quarta-feira (2) uma petição no Tribunal de Ética e Disciplina do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) solicitando que Renato Kalil seja impedido de exercer a medicina enquanto está em curso a investigação policial que apura as denúncias de violência obstétrica e sexual contra o médico de São Paulo.

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De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha Online, os advogados de Shantal, a ex-deputada Zulaiê Cobra Ribeiro, Sergei Cobra Arbex e José Vitor Marques Dias, dizem que o inquérito policial em andamento já colheu 18 depoimentos que comprovariam práticas de violência contra a mulher pelo médico. “Minha cliente quer evitar que o médico faça novas vítimas”, afirma à coluna Cobra Arbex.

A petição diz que permitir que Kalil siga atuando como médico “após a descoberta de diversos crimes por ele praticados, muitos deles no exercício da medicina, significa conceder um salvo-conduto ao investigado para que pratique novos crimes, contra mais vítimas. E mais: demonstrará absoluta falta de respeito com as vítimas desses crimes, que buscam não apenas a punição do investigado pelos seus atos, mas principalmente a prevenção dessas práticas, considerando o grande sofrimento que passaram”.

Os advogados requerem a interdição cautelar do exercício da medicina de Kalil com base nos artigos 25 e 26 da resolução 2.145/2016 do CFM (Conselho Federal de Medicina).

Segundo ela, o CRM (Conselho Regional de Medicina) “poderá interditar cautelarmente o exercício profissional de médico cuja ação ou omissão, decorrentes do exercício de sua profissão, esteja notoriamente prejudicando seu paciente ou à população, ou na iminência de fazê-lo”.

Kalil já está sendo investigado pelo Cremesp. O Ministério Público de São Paulo e os hospitais paulistanos Rede D’Or São Luiz e Albert Einstein também estão investigando as denúncias contra o obstetra.

A defesa do médico tem afirmado que que o parto de Shantal ocorreu sem qualquer intercorrência e que as condutas do profissional sempre foram pautadas “pelas boas práticas”, seguindo integralmente protocolos técnicos vigentes.

Shantal foi a primeira mulher a acusar Kalil, considerado referência na obstetrícia brasileira e famoso por atender celebridades e mulheres da elite paulistana, de violência obstétrica durante o parto de Domenica, sua filha com Mateus Verdelho, em setembro, em São Paulo.

Após o caso ser revelado, algumas mulheres procuraram a polícia para responsabilizar o médico por violência sexual.

FONTE: Monica Bergamo, Folha Online | FOTO: Instagram