
País caiu da 3ª para a 10ª posição desde 2013, mostra pesquisa global com executivos
O interesse dos presidentes de empresas globais em fazer negócios com o Brasil recuou no ano passado, de acordo com a 25ª edição da pesquisa CEO Survey, realizada pela empresa de consultoria e auditoria PwC em 89 países, com 4.446 executivos, em outubro e novembro de 2021.
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Desde 2013, o Brasil caiu sete posições no ranking que avalia a importância de um país como mercado estratégico para os CEOs globais, segundo a PwC.
O país aparecia como terceiro colocado de 2011 a 2013. Já havia recuado para oitavo em 2021 e aparece na divulgação deste ano na décima posição. O Brasil é citado por apenas 4% dos entrevistados, ante 5% no levantamento anterior.
Austrália e Canadá passaram à frente do país neste ano, se juntando a EUA, China, Alemanha, Reino Unido, Índia, Japão e França como países mais atrativos.
Segundo a PwC, Argentina, Uruguai, Venezuela e Colômbia são agora os países com mais interesse no mercado brasileiro.
Por outro lado, o país perdeu importância para Peru, EUA e México em relação ao ano anterior. O Brasil foi citado por 6% dos executivos de empresas nos EUA, ante 9% um ano antes.
A pesquisa também mostra que a instabilidade econômica e a desigualdade social estão entre as maiores preocupações dos presidentes de companhias que atuam no Brasil, enquanto os executivos em todo o mundo estão mais preocupados com riscos cibernéticos e relacionados à saúde.
Em relação às ameaças aos seus negócios, os brasileiros destacam como maior preocupação a instabilidade macroeconômica (citada por 69% dos entrevistados), com seus potenciais impactos em vendas e na capacidade de levantar capital.
Em seguida, aparecem os riscos cibernéticos (50%), a desigualdade social (38%) e as mudanças climáticas (36%). Apenas 32% citaram riscos à saúde.
Globalmente, os executivos estão mais preocupados com riscos cibernéticos e à saúde, apontados por 49% e 48% dos participantes, respectivamente.
A pesquisa com executivos mostra ainda que o otimismo dos presidentes de empresas que atuam no Brasil em relação à economia diminuiu, mas permanece elevado: 77% dos líderes brasileiros e globais ouvidos acreditam que o crescimento econômico global vai se acelerar nos próximos 12 meses.
Globalmente, houve estabilidade em relação à pesquisa anterior. Em relação ao Brasil, houve queda, ante 85% da pesquisa anterior.
Para 6% dos brasileiros, a economia permanecerá estável, e 17% acreditam que a economia global deve se contrair, resultados próximos da média mundial (7% e 15%, respectivamente).
A pesquisa mostra que 63% dos executivos brasileiros esperam aumento da receita de suas empresas, acima do percentual global de 56%.
No Brasil, os segmentos mais otimistas são o agronegócio (74%), empresas de consumo (68%) e de tecnologia, mídia e telecomunicações (67%).
No mundo, se destacam empresas de private equity (67%), tecnologia (64%) e setores imobiliário, de seguros e farmacêuticas, os três com 63%.
FONTE: Folha Online | FOTO: