
Empresas tem três meses para corrigir erro e podem pagar 100 mil euros a mais por dia de atraso
A agência francesa de proteção de dados multou as empresas Google e Facebook, nesta quinta-feira (6), em 150 milhões (R$ 962,7 milhões) e 60 milhões de euros (R$ 385 milhões), respectivamente, por causa dos cookies, como são conhecidos os rastreadores online usados para fins publicitários.
Os 150 milhões de euros infligidos ao Google representam a maior multa até hoje para a empresa, que já havia sido penalizada em 100 milhões de euros (R$ 641,8 milhões), pelo mesmo motivo, em dezembro de 2020.
A CNIL (Comissão Nacional de Informática e Liberdades) constatou que os sites facebook.com, google.fr e youtube.com não permitem rejeitar os cookies com a mesma facilidade de quando o usuário decide aceitá-los, diz o comunicado.
Facebook e Google, proprietária do YouTube, têm três meses para corrigir este desequilíbrio prejudicial para o usuário, sob pena de pagar 100 mil euros adicionais por cada dia de atraso, acrescentou a comissão francesa.
Em uma nota enviada, o Google garantiu que mudará sua política, depois da aplicação desta nova multa.
“Nos comprometemos a aplicar novas mudanças, assim como a trabalhar ativamente com a CNIL em resposta à sua decisão, de acordo com a diretriz [europeia] ePrivacy”, declarou o gigante americano.
‘VÁRIOS CLIQUES’
Os cookies são pequenos arquivos que detectam os sites visitados pelos usuários da Internet, que depois são alvo de mensagens publicitárias supostamente personalizadas.
Esse rastreamento é regularmente denunciado por associações de defesa do consumidor e usuários da Internet.
Em 2018, a União Europeia aprovou um regulamento sobre dados pessoais com regras mais rígidas. Ao abrir uma página da Internet, os usuários recebem um aviso para autorizar especificamente a utilização de cookies, para modificar parcialmente esse uso, ou simplesmente para não aceitá-lo.
Já a rejeição total do rastreamento informático é difícil, critica a CNIL francesa.
“Os sites facebook.com, google.fr e youtube.com oferecem um botão que permite aceitar imediatamente os cookies, enquanto que, para rejeitá-los totalmente, são necessários vários cliques”, explica o comunicado.
O órgão francês havia dado até abril de 2021 aos editores de sites para se adaptarem às regulamentações europeias. Em julho, o jornal Le Figaro foi o primeiro a sofrer as consequências desta pressão, recebendo uma multa de 50 mil euros (R$ 320,9 mil) pelos cookies usados pelos parceiros comerciais de seu site.
A Amazon também foi multada em 2020, em 35 milhões de euros (em torno de US$ 39 milhões), pelos mesmos motivos.
FONTE: Folha Online | FOTO: AFP