O alvo encomendado era a mãe da vítima, mas devido à semelhança, assassinaram a filha por engano.

No final da tarde da última quinta-feira (21) após três dias de intenso trabalho, o juiz presidente do Tribunal do Júri do Núcleo Bandeirante leu a sentença do julgamento dos seis acusados de matar a jovem Ana Rita Graziela Silva, em uma fábrica no Núcleo Bandeirante, em outubro de 2016. O alvo encomendado era a mãe da vítima, mas devido à semelhança, assassinaram a filha por engano.

Yuri Hermano Tavares de Brito, ex-companheiro da vítima pretendida, arquiteto de toda trama criminosa e aliciador de comparsas para retirar a vida da mãe de sua filha, foi condenado pelo homicídio, com todas as qualificadoras, à pena de 24 anos de reclusão, em regime fechado. Jader Nei Rodrigues Barbosa, amigo de Yuri, foi condenado pelo homicídio e teve afastada a qualificadora da vingança. A pena foi de 21 anos e quatro meses de reclusão, em regime fechado. Joabis Rodrigues Batista foi condenado pelo homicídio, afastada a qualificadora da vingança, e condenado por porte de arma à pena total de 20 anos e oito meses de reclusão, em regime fechado. Lucas dos Santos Almeida, autor dos disparos, foi condenado pelo homicídio, afastada a qualificadora da vingança, e condenado por roubo a 17 anos e quatro meses de reclusão, em regime fechado. Janilene Ferreira Lima foi condenada por homicídio simples a seis anos de reclusão, em regime aberto. Jermaíne da Silva Rocha foi absolvida da acusação.

De acordo com os autos, Yuri estava insatisfeito com a divisão patrimonial após o término do relacionamento e teria dito ao amigo Jader Nei que pretendia contratar alguém para matar a ex-companheira. Em seguida, Jader teria chamado Cícero e o apresentado Yuri. Os três, de acordo com o MPDFT, teriam recrutado Joabis e Lucas para cometer o crime, com a promessa de serem recompensados financeiramente. Diante disso, os denunciados Yuri, Cícero, Lucas e Joabis teriam se reunido com Janilene e Jermaine para combinar os detalhes do crime, que seria cometido na empresa da vítima.

Os réus foram denunciados e julgados por concorrerem para o homicídio qualificado por motivo torpe (promessa de recompensa) e uso de recurso que impossibilitou a defesa da jovem Ana Rita. Joabis também respondeu por porte ilegal de armas. Já Lucas dos Santos Almeida, autor dos disparos, foi julgado por homicídio qualificado e roubo majorado, uma vez que subtraiu o celular de uma testemunha que presenciou o crime.

Os acusados encontravam-se presos e, à exceção de Jermaine, que foi absolvida, e Janilene que irá cumprir pena em regime aberto, não lhes foi concedido o direito de recorrer em liberdade.

Além destes seis réus agora julgados, o MPDFT ofereceu denúncia também contra Cícero Nunes de Lima pela participação no crime. Ele teve o processo desmembrado e, submetido a julgamento anterior, foi condenado à pena de 28 anos, oito meses e cinco dias de reclusão, em regime fechado.

FONTE: TJDF | FOTO: Daumildo Júnior/G1