
Segundo os dados, 80% das startups que trabalham com criptomoedas e/ou fazem uso da tecnologia blockchain surgiram nos últimos cinco anos
O número de startups no Brasil dedicadas a soluções e serviços envolvendo criptomoedas e blockchain já chega a 181, segundo um estudo inédito da Distrito divulgado com exclusividade pelo portal Valor Investe.
As criptomoedas são ativos digitais que podem ou não ter lastro em ativos reais. Já a blockchain, ou cadeia de blocos, é a tecnologia que dá suporte e registro às transações com criptos, mas vem sendo utilizada para outras finalidades no sistema financeiro e também em outros setores – já falamos sobre uma iniciativa que emprega blockchain para evitar trabalho escravo na indústria de confecção, por exemplo.
Além da Distrito, que se define como uma “empresa de inovação aberta” destinada a fomentar inovação em negócios iniciantes, mapeando e analisando mais de 13 mil startups no país e atualmente com parceria com 65 grandes corporações, o estudo teve apoio de KPMG, R3, Redpoint Eventures e Mercado Bitcoin.
O levantamento divide as empresas do segmento em cinco áreas de atuação:
Serviços Financeiros (49,7%), com soluções como pagamentos, transferências, câmbio, negociação de ativos digitais e oferta de crédito;
Blockchain-as-a-service (23,2%), que oferecem como produto a criação de plataformas para terceiros;
Segurança Digital (12,7%), com recursos para aprimorar processos regulatórios e viabilização e segurança de contratos e outros documentos digitais;
Gestão e Rastreio de Ativos (9,9%), com tecnologia aplicada em localização de ativos físicos, frotas, cadeias produtivas e estoque; e
Marketing e Mídias Digitais (4,4%), com soluções em prestação de serviços em marketing e no varejo, com foco na experiência do usuário.
Segundo os dados, 80% das startups que trabalham com criptomoedas e/ou fazem uso da tecnologia blockchain surgiram nos últimos cinco anos, e o montante investido no segmento nos dez primeiros meses de 2020 foi de US$ 1,6 milhão (R$ 8,71 milhões), um aumento de 62% frente a 2019.
É uma escala muito menor que a do investimento global nesses setores, que chega a US$ 8,9 bilhões (R$ 48 bilhões) desde 2015 no planeta e a US$ 5,8 milhões (R$ 31,5 milhões) no Brasil, investidos em 31 aportes.
Um destaque neste ano, segundo a Distrito, foi a rodada de pré-seed (como se costuma nomear as primeiras etapas de aplicação em uma empresa iniciante após o investimento-anjo) da Gávea Marketplace, startup que funciona como uma bolsa digital de commodities, totalmente desenvolvida em blockchain; a empresa recebeu US$ 413 mil da DOMO Invest.
Na história, o maior investimento em blockchain e/ou criptomoedas aconteceu em 2016, de acordo com o estudo – naquele ano, a Intelipost, empresa de tecnologia e soluções em logística, recebeu US$ 1,94 milhão da Performa.
“O blockchain está amadurecendo rapidamente e hoje figura como uma solução viável para resolver diversas classes de problemas de negócios. Depois da fase de debates sobre o desenvolvimento da tecnologia e a comprovação de sua eficácia técnica, atualmente já pode ser implementada em vários setores, com destaque para o financeiro e os de logística e rastreabilidade”, analisa o sócio líder de tecnologia, inovação e transformação digital da KPMG, Frank Meylan.
FONTE: Valor Investe | FOTO: Pixabay