A criptomoeda bitcoin voltou a subir e ultrapassou cotação de US$ 10 mil. Este foi o maior aumento desde 2017, quando a moeda chegou a valer mais de US$ 17 mil – mas que sofreu uma grande queda nos meses que vieram. Por conta disso, fica a dúvida: essa subida na cotação do bitcoin é diferente do que aconteceu no passado? Para alguns representantes do mercado, a resposta é sim. A reportagem está no portal da Época Negócios.
Segundo analistas ouvidos pelo jornal norte-americano Wall Street Journal, a atual subida vem com menos excitação, e mais esperança de que esse mercado esteja mostrando sinais de amadurecimento.
Um dos indicativos dessa “maturidade”, segundo os investidores, é o movimento do Facebook, que anunciou na semana passada a sua próprioa moeda digital, a Libra. A visão é que esse lançamento, aliado a participação de outros players que são parceiros do Facebook no lançamento, como Spotify, MercadoLibre e Mastercard, seja uma maneira de se popularizar o uso de moedas digitais, que ainda são mais teorias do que práticas do mundo real.
O banco JPMorgan Chase, por exemplo, está desenvolvendo a JPMCoin para seus clientes e outros bancos de investimentos e plataformas online nos Estados Unidos têm criado serviços para transações de criptomoedas.
Mesmo com a falta de dados sobre quantas pessoas físicas estão usando criptomoedas, o WSJ aponta que há mais investidores institucionais e fundos de investimentos negociando bitcoin agora do que em 2017.
Outro sinal para mais esperança do mercado é que o maior interesse institucional não veio acompanhado de grandes volumes de negociação em bitcoin e outras moedas criptográficas – como visto durante o pico de 2017, segundo dados do Bitcoinity.
De acordo com os analistas, esse movimento aponta para um ciclo menos especulativo que os anteriores. “Você está vendo como a estrutura de mercado é completamente diferente agora daquela época”, diz Tony Gu, sócio fundador da NGC Ventures, um fundo de investimento de blockchain em Cingapura, ao WSJ. “O mercado está mais maduro do que há 18 meses.”
No entanto, um artigo de opinião na Bloomberg defende que a moeda digital ainda sofre com barreiras que impedem a sua popularização. Os motivos apontados são que as transações por criptomoedas ainda são lentas. Além disso, a alta volatilidade e grandes taxas fazem com que mesmos as empresas que usam moedas digitais, ainda preferem não lidar com o bitcoin em si, mas usar um terceiro para convertê-lo em dólares.
Segundo Lionel Laurent, autor do artigo, a bitcoin é o “paraíso dos especuladores”, por isso é difícil acreditar que o atual hype da criptomoeda não seguirá os mesmos passos dos ciclos passados. Com apenas 21 milhões de criptomoedas, Laurent defende que a falta de regulamentação sobre o assunto ajuda o mercado a criar uma bolha especulativa para se aproveitar de momentos como o anúncio da moeda do Facebook.
FONTE: Época Negócios | Foto: Pixabay