Desde que saiu do LinkedIn e assumiu o papel de CTO da Microsoft em 2017, Kevin Scott se viu numa posição bem diferente do que o cargo costuma impor.

Enquanto na maioria das empresas o CTO é responsável por supervisionar as equipes de engenharia e assegurar que a companhia irá investir em tecnologias que lhe garantirão lucros futuros, isso é meio impossível de se fazer na Microsoft, que possui milhares de engenheiros espalhados em centenas de equipes de desenvolvimento ao redor do mundo.

Assim, a tarefa dele não é exatamente supervisionar as equipes de engenharia, mas sim a “cultura de engenharia” da empresa, garantindo que as diversas equipes de desenvolvimento dos diversos produtos da companhia estejam sempre se comunicando, a par de quais tecnologias estão em desenvolvimento nos diferentes pólos da empresa. A informação é do Canaltech.

Da parte mais tradicional do cargo, fica apenas o papel de garantir que os investimentos da empresa em tecnologia sejam certeiros, função que ele exerce junto com o CEO Satya Nadella.

Isso quer dizer que o olhar de Scott precisa muitas vezes estar mais voltado para aquilo que será bom para a empresa do que necessariamente aquilo que já é bom para a empresa.

E ele enxerga duas tendências que, combinadas, deverão mudar o mundo na próxima década: a criação de processadores de silício extremamente baratos e o avanço das inteligências artificiais a níveis praticamente autônomos.

Pelas estimativas de Scott, dentro dos próximos 8 anos iremos entrar numa nova era da informática, na qual processadores minúsculos e baratos terão poder de processamento suficiente para rodar IAs avançadas.

Para o executivo, essa evolução se dará por necessidade: no momento que objetos como carros autônomos e linhas de produção completamente automatizadas se tornarem algo comum, a arquitetura atual dos processadores não será o suficiente para dar conta da quantidade de informação gerada por esses sistemas, o que obrigará as indústria a criarem uma solução para esse problema, desenvolvendo um melhor método de uso para processadores de silício.

A própria Microsoft já tem algumas linhas de pesquisa nesse sentido, como o Projeto Brainwave, que é um sistema otimizado por IA para uso no sistema em nuvem Microsoft Azure, que utiliza um novo tipo de arquitetura para executar a operação sem perdas.

Apesar disso, a empresa não tem intenção de entrar no mercado de processadores, e todas as pesquisas de arquiteturas desenvolvidas pela empresa são oferecidas para qualquer indústria que queira utilizá-las como base para seus próprios designs.

Mesmo assim, o executivo não acredita que a revolução dos processadores será criada por gigantes como a Microsoft, Nvidia e Qualcomm, mas sim por startups.

Ele não revela nomes, mas já avisa que existem pelo menos cinco dessas empresas que já levantaram mais de US$ 100 milhões em investimentos para criar a próxima revolução dos processadores.

FONTE: Canaltech

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