
Entre os advogados que são usuários frequentes de inteligência artificial (IA) generativa, 71% se capacitaram de alguma maneira antes de aderir à tecnologia. Enquanto isso, 79% dos advogados que não utilizam essa ferramenta não procuraram qualquer tipo de capacitação.
Essa relação entre os usuários frequentes de IA generativa e a capacitação é uma das conclusões do “1º Relatório sobre o Impacto da IA Generativa no Direito”, pesquisa inédita no Brasil assinada em conjunto por Jusbrasil, Trybe, OAB-SP e ITS Rio.
A pesquisa foi apresentada na sede da seccional paulista da Ordem, nesta sexta-feira (21/2). Ela também apontou que 65% dos usuários frequentes de IA generativa trabalham em organizações que estimulam esse tipo de ferramenta no Direito.
O presidente da OAB-SP, Leonardo Sica, exaltou o papel do letramento dos advogados no uso da inteligência artificial. “Ano passado promovemos o primeiro curso de IA generativa voltado para a advocacia e tivemos 40 mil inscritos. Isso já foi um marco para a nossa entidade. Neste ano, vamos adotar projetos itinerantes nas cidades de Campinas e São José dos Campos.”
Entre os pesquisados, 27,7% dos que utilizam IA generativa têm entre 45 e 54 anos; 23% têm entre 35 e 44 anos; 21,6% têm entre 55 e 64 anos; 13,5% têm menos de 24 anos; e 12,8% têm mais de 65 anos.
Luiz Paulo Pinho, cofundador do JusBrasil, abordou a necessidade de aliar o desenvolvimento da IA generativa a ferramentas de checagem para afastar riscos como o de citar uma jurisprudência que não existe.
“O desafio, agora, vai além de apoiar os profissionais do Direito: é entregar soluções que ampliem a inteligência jurídica, garantindo confiabilidade, checagem e valor agregado na tomada de decisão. Velocidade é importante, mas de nada serve se não for confiável. O caráter cognitivo da advocacia jamais será substituído.”
FONTE: Conjur | FOTO: Reprodução