Uma carta assinada por ex-ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil foi divulgada na manhã desta segunda-feira, manifestando preocupações com o futuro da ciência , hoje comandada pelo astronauta Marcos Pontes. Ao todo, dez nomes estão entre os signatários do documento.

Embora a nota também reúna ex-titulares da pasta nos governos de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique, apenas figuras ligadas à administração de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff participaram do encontro, realizado na Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A informação está no portal do jornal O Globo.

Na reunião, Aloizio Mercadante, Celso Pansera, Clélio Campolina, Marco Antonio Raupp e Roberto Amaral propuseram a ciranção de um mecanismo para “alertar a sociedade sobre os riscos de retrocesso para o desenvolvimento econômico brasileiro sem investimentos na ciência”.

O documento também leva as assinaturas de Aldo Rebelo, José Goldemberg, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Ronaldo Sardenberg e Sérgio Machado Rezende. Os organizadores do evento disserram que alguns deles não puderam comparecer por conta da idade ou por motivos de saúde. Como Goldemberg, que enviou uma carta para justificar a ausência.

— Esse é um ato para falar para fora da universidade — declarou Amaral, primeiro ministro da pasta durante a administração Lula. — Estamos em defesa da pátria, da universidade brasileira que é quem investe em ciência e tecnologia. Essa é uma questão central, sem ciência teremos uma sociedade mais atrasada e pobre. Voltaremos a ser um país agrário-exportador de produtos com baixo valor agregado se não salvarmos a ciência e a tecnologia. Já perdemos a revolução industrial e agora corremos o risco de perder a revolução tecnológica.

‘Riscos de colapso’
A carta foi lida por Raupp e critica ações do governo atual. O texto fala em “riscos de colapso da área de Ciência e Tecnologia que gerou avanços para o País nas últimas décadas”: “Não podemos concordar com as recorrentes manifestações, por parte de autoridades do governo, que negam evidências científicas na definição de políticas públicas”.

— Estamos preocupados com os investimentos em Ciência e Tecnologia, onde mais de 90% do que é desenvolvido provém das universidades — disse Raupp, ex-ministro de Dilma. — Ao diminuir o orçamento público nessas áreas vai se destruir o sistema. Estamos lutando para garantir o que foi feito por investimentos anteriores.

Só este ano, ex-ministros da Educação e do Meio Amibiente se reuniram em situações semelhantes para protestar as ações dos indicados pelo presidente Jair Bolsonaro para as pastas. Recentemente, a “Folha de S.Paulo” revelou que nomes que estiverem à frente da Saúde em gestões de FH e Dilma irão se encontrar com objetivo parecido em um congresso.

FONTE: O Globo | Foto: Pixabay

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