Corte foi principal alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados nos últimos anos

Em discurso na sua última sessão como presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Luiz Fux afirmou nesta quinta-feira (8) que a corte “jamais deixou de trabalhar altivamente” apesar de sofrer com ataques e com as “provocações mais lamentáveis”.

Fux comanda o Supremo desde o segundo semestre de 2020, em meio à pandemia da Covid-19. Na próxima segunda-feira (12), a ministra Rosa Weber assumirá a presidência do Supremo.

“Não bastasse a pandemia, nos últimos dois anos, a corte e seus membros sofreram ataques em tons e atitudes extremamente enérgicos”, afirmou Fux, em seu discurso, quando também fez um balanço da sua gestão.

“Não houve um dia sequer em que a legitimidade de nossas decisões não tenha sido questionada, seja por palavras hostis, seja por atos antidemocráticos.”

Segundo ele, a corte foi “impermeável às provocações, para que a Constituição permanecesse como a certeza primeira do cidadão brasileiro, o ponto de partida, o caminho e o ponto de chegada das indagações nacionais”.

“Daqui a algumas décadas, tenho a convicção de que as nossas e as próximas gerações, mais distanciadas das paixões que inebriam os nossos dias, olharão para trás e reconhecerão a atuação do Poder Judiciário em prol da estabilidade institucional da nação, da proteção dos direitos humanos e da guarda da democracia”, afirmou Fux.

“Onde havia hostilidade, construímos respeito; onde havia antagonismo, estimulamos cooperação; onde havia fragmentação, oferecemos o diálogo; e onde havia desconfiança, erguemos credibilidade”, disse.

FONTE: Folha Online | FOTO: EBC