
Diferentes olhares sobre o futuro digital e o papel dos seres humanos nesse novo potencial mundo dominaram o Seminário Conhecer, realizado no final de semana passado na capital alagoana. Segundo a Agência Brasil, o evento trouxe, para um mesmo espaço, pelos menos quatro importantes nomes da Singularity University – uma das principais universidades voltadas às novas e potenciais tecnologias, como a robótica, com sede no Vale do Silício, dentro da estrutura da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa).
Em comum, esses futuristas e antropólogos destacaram que a velocidade com que as mudanças vêm ocorrendo no mundo só tende a aumentar. Com a missão definida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (Sebrae) – organizador do evento – de apontar caminhos para uma educação empreendedora, esses professores não hesitaram em fazer alertas sobre a necessidade de uma adaptação completa dos padrões de ensino. “Nossa educação está no passado”, afirmou o futurista e empreendedor Tiago Mattos.

Ao longo de uma hora de palestra, Mattos conseguiu, segundo a Agência Brasil, arrancar gargalhadas da plateia formada por educadores e técnicos, em sua maioria apreensivos com as novas exigências de uma educação a ser reconstruída para alcançar mais eficiência, aumentando aprendizagem e reduzindo evasão por desinteresse de uma geração “conectada”.
Primeiro, é preciso tentar entender o tamanho da mudança. Existe uma mudança, ela é grande, e vai afetar todas as atividades”, alertou Mattos. No entanto, Mattos aliviou as projeções futuras para colegas de área, garantindo que a profissão que ele também exerce não vai acabar. “Mas não significa que vamos dar aula como sempre se deu nos próximos 20 anos. Vamos ter que reaprender a ser professores no século 21. Se não atualizar nosso software, vai dar tela azul até queimar”, disse.
Ao longo de décadas, educadores e escolas mantêm um modelo que, segundo a linha dessa universidade, segue padrões industriais e, por isso, é linear, segmentado e previsível. A justificativa estaria no padrão criado há anos e inspirado na logística das linhas de montagem das fábricas.
“O sistema educacional é igual. Não é à toa que temos escola com todo mundo uniformizado como [em] uma fábrica, com evolução linear, com horário para entrar e com uma sirene, igual a uma fábrica. O que estamos fazendo é treinando pessoas para trabalhar no chão de fábrica, e o mundo do futuro não é mais um chão de fábrica. É criativo. O mundo não é mais linear”, afirmou Mattos, destacando ainda a necessidade de buscar mais multidisciplinaridade na aprendizagem.
“Quando a gente entende o futuro – não com a cabeça, mas com o coração e com o estômago –, abraça esse futuro e enfrenta os medos, pode chegar a esse espaço de inovação”, ressaltou o futurista, citando ainda frase do escritor e também futurista norte-americano Alvin Tofler, segundo o qual os analfabetos do século 21 não seriam aqueles que não sabem ler ou escrever. “Os analfabetos do século 21 são só os que não sabem aprender, desaprender e reaprender.”
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