
Caso a corte estadunidense julgue procedente o pedido, Google e Apple teriam tal acordo de não concorrência interrompido
A Apple teria feito um acordo com o Google para não desenvolver um mecanismo próprio de pesquisa na internet enquanto a Gigante da Web pagasse para se manter como a opção padrão no Safari. A denúncia vem de uma ação coletiva aberta em um tribunal da Califórnia, nos Estados Unidos, contra a Apple e a gigante das buscas.
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O processo alega que esse acordo viola as leis antitruste dos Estados Unidos porque causa impactos na concorrência do mercado de buscas na web. Sem concorrentes à altura, a gigante de Mountain View ficaria livre para conduzir os sistemas de pesquisa da maneira como desejar, o que teria estabelecido uma espécie de monopólio a partir do abuso de poder econômico.
A ação judicial acusa do CEO da Apple, Tim Cook, e o CEO do Google, Sundar Pichai, de terem organizado “reuniões secretas irregulares” para tratar de tais termos. Uma das cláusulas do contrato estabeleceria, inclusive, que haveria uma divisão de lucros com a Apple se a empresa der tratamento preferencial ao buscador nos seus dispositivos iPhone e iPad.
Esses valores repassados à Apple seriam constituídos de pagamentos anuais bilionários em dólares, sob a condição de que a empresa jamais lançará seu próprio sistema de buscas. O objetivo disso seria fortalecer ambas as companhias, comprar correntes com potenciais ou exterminar os rivais menores que insistirem em rivalizar com o buscador do Google.
Segundo a ação, o resultado dessa prática seriam taxas de publicidade mais altas pagas pelos anunciantes interessados em aparecer com destaque na página inicial da pesquisa. Se houvesse uma disputa mais igualitária, é provável que o custo de campanhas caísse porque os concorrentes poderiam usar taxas mais baixas para fidelizar clientes.
Caso a corte estadunidense julgue procedente o pedido, Google e Apple teriam tal acordo de não concorrência interrompido, o que incluiria a participação nos lucros, o tratamento preferencial e os repasses bilionários. A reclamação pede ainda que as gigantes sejam subdivididas em empresas separadas e independentes, conforme o precedente aberto pelo caso da empresa Standard Oil — separada em Exxon, Mobile, Conoco, Amoco, Sohio e Chevron.
FONTE: Canaltech via PR News Wire, The New York Times | FOTO: Unsplash