Em 2025, a inteligência artificial (IA) se consolidou como uma ferramenta de apoio emocional e companheirismo, com chatbots se transformando em amigos virtuais, conforme apontam estudos recentes. Atualmente, existem aplicativos que ampliam essa experiência, permitindo conversas com figuras históricas, jogadores de futebol e até mesmo personagens criados pelos próprios usuários.

Marcelo Tripoli, comentarista de inovação, destaca que essas aplicações de IA podem servir como suporte emocional em determinadas situações, desde que o usuário tenha plena consciência de estar interagindo com uma máquina e não com um ser humano.

No entanto, ele alerta para os riscos associados a esse tipo de interação, especialmente quando utilizadas por pessoas mais jovens ou sem a maturidade necessária para lidar com a tecnologia.

Engajamento e dependência emocional

Um ponto crucial levantado por Tripoli é o objetivo dessas ferramentas: aumentar o engajamento do usuário. “A ferramenta é desenhada para um objetivo, que é aumentar o engajamento com você. O que significa? Ela vai sempre te agradar”, explica o especialista.

Essa característica pode levar a uma dependência emocional, já que o chatbot é treinado para entender e reagir às expressões do usuário, criando um loop de continuidade da conversa.

Empresas já possibilitam “conversas” com diversas personalidades, permitindo aos usuários papear com figuras históricas ou celebridades. Essa capacidade de mimetizar personalidades públicas cria uma sensação de interação real, o que pode intensificar ainda mais o engajamento e a potencial dependência.

Privacidade e segurança dos dados

Outro aspecto preocupante é a questão da privacidade. Durante essas conversas, os usuários podem acabar compartilhando informações pessoais sensíveis, como senhas ou dados bancários, sem perceber que estão interagindo com um software. “Nosso cérebro não é treinado para entender que a gente está lidando com o software”, adverte Tripoli.

À medida que essas tecnologias se tornam mais sofisticadas e integradas ao nosso cotidiano, é fundamental que os usuários estejam cientes dos riscos e limites dessas interações virtuais. Educação digital e conscientização sobre o uso responsável da IA são essenciais para garantir que essas ferramentas sejam utilizadas de forma benéfica, sem comprometer o bem-estar emocional ou a segurança dos usuários.

FONTE: CNN Brasil | FOTO: Getty Images