O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou um prazo de 60 dias para que o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) apure a conduta de três desembargadores e mais dois servidores suspeitos de corrupção para favorecimento de empresários interessados em controlar uma empresa de soja no estado. A CNN apurou o andamento do caso, que tramita sob sigilo.
Os cinco integrantes do tribunal foram denunciados ao conselho pelos supostos crimes de corrupção passiva, violação de sigilo funcional e advocacia administrativa.
De acordo com a denúncia sob análise, os delitos teriam sido cometidos com o intuito de beneficiar pessoas físicas interessadas na gestão da empresa de soja Imcopa, em recuperação judicial.
O grupo de empresários que estaria levando vantagem no suposto esquema envolvendo integrantes do TJPR já esteve no comando da companhia em disputa, mas foi afastado por determinação judicial de instâncias superiores. Atualmente, a companhia é comandada pelo Grupo Petrópolis, do ramo cervejeiro.
A atuação se dava, segundo a denúncia, por vazamento do conteúdo de votos antes das sessões de julgamento, “coach jurídico” e recebimento de propinas em troca de decisões favoráveis aos antigos gestores do Grupo Imcopa.
Os indícios da prática criminosa constam em um relatório preliminar elaborado pela Polícia Civil do Paraná, incluídos no parecer do Ministério Público do Paraná (MPPR). Os agentes localizaram trocas de mensagens entre os servidores e as partes interessadas na gestão da companhia paranaense em celulares apreendidos, após autorização judicial, na Operação Cortina de Fumaça, deflagrada em março deste ano.
FONTE: CNN Brasil | FOTO: Agência Brasil