Há alguns bons anos tenho praticado a arte marcial do jiu-jitsu brasileiro. Com a maturidade e as limitações corporais que o tempo nos impõe, tenho me dedicado tanto à parte técnica quanto à parte filosófica do jiu-jitsu.

 

Entendo que hoje o jiu-jitsu brasileiro é um dos grandes patrimônios imateriais que produzimos. São muitos praticantes que representam no mundo essa ferramenta de transformação de vida.

 

Dentre os vários princípios que o jiu-jitsu nos ensina, há um que quero destacar nessa pequena reflexão: ceder para vencer.

 

Como já disse em textos anteriores, entendo que o cenário de advocacia 5.0 pressupõe maiores resultados quando imerso no universo colaborativo. A competição tende a ser superada pela colaboração. O processo judicial tende a ser superado pela negociação, conciliação e mediação. Matematicamente, colaborar gera mais resultados que competir. Vide teoria dos jogos de Nash.

 

Pois bem, o postulado do ceder para vencer encaixa-se perfeitamente nesse cenário. No jiu-jitsu, o lutador, por vezes, cede posições para vencer com inteligência e técnica. Num xadrez marcial, o praticante faz um movimento de aparente cessão para iniciar o jogo da colaboração, onde todas ganham.

 

Num cenário 5.0 em que a colaboração será a grande protagonista, aquele advogado que tem a confiança de ceder com inteligência e técnica, provavelmente, será um vencedor, assim como no jiu-jitsu.

 

Mais uma provocação que deixo aberta, convidando para que possamos discutir nos próximos textos.

 

Aguardo também os comentários.