Presidente quer entender motivo para a plataforma adiar a estreia da opção de grupos com milhares de usuários

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (15) que vai propor uma reunião com o comando do WhatsApp no Brasil para discutir com a plataforma os termos do acordo deles com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O presidente se refere à nova ferramenta do aplicativo que permite grupos com milhares de pessoas e que só irá começar a funcionar no Brasil após o segundo turno das eleições por causa de um entendimento entre o TSE e o WhatsApp.

Assim como fizera um dia antes, Bolsonaro voltou a dizer que o acordo é “inadmissível e inaceitável”. E disse já ter conversado sobre o tema com o ministro Fábio Faria (Comunicações) para organizar uma reunião ​com representantes do WhatsApp no Brasil para tratar do acordo.

As declarações de Bolsonaro foram dadas à CNN Brasil nas ruas de Guarujá, em meio a um passeio de moto do presidente pelas ruas da cidade do litoral sul de São Paulo, onde passa o feriado de Páscoa em uma unidade militar.

“Se eles [do WhatsApp] podem fazer um acordo desses com o TSE, podem fazer comigo também, por que não? Pode fazer com você, pode fazer com qualquer um. No Brasil, ou um produto está aberto a todo mundo ou tem restrição para todo mundo.”

Na sexta-feira, Bolsonaro disse que o acordo não tem validade. Ele, porém, não disse como poderia impedi-lo, já que se trata de um compromisso entre uma empresa privada e um braço do Poder Judiciário. O caminho legal seria o uso da AGU (Advocacia-Geral da União), por exemplo, para recorrer ao próprio TSE.

O WhatsApp lançou em estágio experimental um novo recurso chamado comunidades, que funcionará como um guarda-chuva abrigando vários grupos com milhares de usuários.

Na prática, trata-se de um grande grupo de grupos, que pode ter milhares de membros, com toda a comunicação criptografada. Hoje, cada grupo de WhatsApp tem, no máximo, 256 integrantes. O recurso estará em teste com alguns usuários nos próximos meses.

FONTE: Folha Online | FOTO: Reuters