Por Fernando Amaral
A guerra na Ucrânia continuará a pesar nos mercados na próxima semana, com qualquer avanço no cessar-fogo improvável de acontecer em breve. Os investidores também acompanharão de perto o relatório das folhas de pagamento dos EUA e os dados de gastos de consumo pessoal para obter pistas sobre a rapidez com que o Fed apertará a política monetária.
Será uma semana movimentada nos Estados Unidos, com todo o mercado de olho no relatório de folha de pagamento de março e nos dados de gastos pessoais de consumo. Os mercados esperam um ganho de 475.000 empregos e uma taxa de desemprego de 3,7%, em outro sinal de um mercado de trabalho aquecido e fortalecendo narrativa do Fed entregar um aumento de 50bps para a taxa básica de juros em maio. Além disso, espera-se que a renda e os gastos pessoais aumentem moderadamente, enquanto o núcleo anual da inflação do PCE, a medida preferida do Fed, pode atingir 5,5%, a maior em 40 anos. Outras divulgações importantes incluem: o ISM Manufacturing PMI, balança comercial de mercadorias, índices de preços de casas S&P/Case-Shiller e FHFA, números JOLTS, confiança do consumidor CB, lucros corporativos, estimativas de crescimento final do PIB para o quarto trimestre e o emprego ADP.
Em outros lugares da América, os PMIs de fabricação do Canadá, Brasil e México estarão em destaque, juntamente com o PIB mensal do Canadá; PPI, produção industrial, desemprego e balança comercial para o Brasil; Números de desemprego no México e decisão da taxa de juros no Chile.
Na Europa, serão divulgados os principais relatórios de inflação para a Zona Euro, incluindo os da Alemanha, França, Itália e Espanha. Na Área do Euro, espera-se que a taxa global do IHPC volte a subir em março, atingindo um novo máximo histórico de 6,5% em termos homólogos, em comparação com 5,9% em fevereiro. Os investidores também estarão atentos ao inquérito às empresas da Zona Euro; Alemanha Gfk confiança do consumidor, dados de desemprego, vendas no varejo e preços de importação; números do PIB do quarto trimestre da Rússia; Barômetro econômico da Suíça KOF, comércio varejista e preços ao consumidor; e comércio exterior da Turquia. Além disso, a zona do euro, a Alemanha e a França publicarão suas estimativas finais dos PMIs de manufatura global da S&P, enquanto muitos outros países, como Espanha e Itália, divulgarão leituras rápidas.
Na Ásia, a semana será dominada pelas leituras do PMI, com relatórios das principais economias, incluindo China, Japão, Índia, Austrália e Coreia do Sul. Os PMIs devem revelar como os fabricantes estão sendo impactados por fortes pressões inflacionárias, intensificadas pelas interrupções no fornecimento causadas pela guerra na Ucrânia e pelos esforços da China para conter surtos generalizados de vírus. Além disso, a produção industrial e a data de confiança empresarial do Japão e da Coreia do Sul são esperadas . Além disso, o indicador de vendas no varejo da Austrália para fevereiro será monitorado para avaliar a saúde dos gastos do consumidor no país, já que os analistas buscam fortes indícios de recuperação econômica para dar luz verde para um aumento da taxa pelo Reserve Bank of Austrália por volta do início do 2º semestre.
Aqui no BR, o Ibovespa fechou por um triz o oitavo dia consecutivo de altas, graças à alta das commodities e à entrada de investimentos estrangeiros, de R$85 bilhões no ano. Em consequência, o dólar derreteu diante do real no mercado futuro. O Ibovespa fechou no maior nível desde agosto de 2021, mesmo em meio às oscilações com ataque à unidade petroleira na Arábia Saudita e cenário político incerto com a guerra na Ucrânia. O índice subiu 0,02% na sexta, aos 119.081 pontos, e subiu 3,27% na semana. Estou muito otimista que opere acima dos 120 mil pontos essa semana reforçando movimento de alta…
Fernando Amaral possui 25 anos de experiência em finanças corporativas com passagem em empresas multinacionais como Coats Correntes, Souza Cruz, Oi. Foi professor de Finanças na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e atualmente leciona finanças e economia em universidades de âmbito estadual e nacional. É embaixador do Traders Club no Rio Grande do Norte.
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