
Defesa diz que ministro não praticou qualquer ato ilícito, omisso ou antiético
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu em um procedimento preliminar que o ministro Paulo Guedes (Economia) explique por que teria omitido da Comissão de Ética Pública da Presidência que sua filha é sócia de offshore mantida nas Ilhas Virgens Britânicas.
Na peça, a Procuradoria registra que arquivou o procedimento que apurava o caso, mas afirma que a notícia sobre atuação da filha do ministro representa “elementos indiciários” que tornam necessária a nova manifestação de Guedes a respeito.
A existência da empresa do ministro no país conhecido por ser um paraíso fiscal foi revelada em outubro do ano passado pela revista Piauí e pelo jornal El País, que participam do projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, o ICIJ.
Segundo a reportagem, em 2015 Guedes tinha US$ 9,5 milhões (aproximadamente R$ 51 milhões, em valores atuais) mantidos em uma conta em nome da offshore Dreadnoughts International.
A defesa de Guedes disse que a legalidade dos atos do ministro já foi demonstrada e será reapresentada à PGR.
“O caso já foi arquivado, e não houve necessidade de qualquer depoimento do Ministro, justamente porque as explicações da defesa foram suficientes para esclarecer o episódio como um todo e demonstrar a legalidade dos atos de Paulo Guedes, em sua vida pública e privada. A defesa irá apresentar à PGR, novamente, toda documentação que demonstra, de forma inequívoca, que o Ministro não praticou qualquer ato ilícito, omissivo ou antiético”, disse, em nota, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.
A ação da PGR foi uma resposta à representação apresentada pelos deputados Elias Vaz (PSB-GO), Kim Kataguiri (União Brasil-SP), Lídice da Mata (PSB-BA) e Bira do Pindaré (PSB-MA).
FONTE: Folha Online | FOTO: EBC