
Quem me conhece sabe que não sou um grande adepto de classificações, em especial daquelas que se dispõe a buscar a análise de uma realidade presente.
No entanto, reconheço o papel fundamental do marketing nos tempos modernos e, nesse sentido, tenho que dar o braço a torcer que os conceitos simples e acrônimos de palavras são úteis para despertar reflexões.
Segundo o autor Jamais Cascio, vivemos hoje num mundo BANI[1]. “B” de Brittle, em português, frágil. “A” de “Anxious” – ansioso. “N” de “Nonlinear”, traduzido, Não Linear e “I”, que significa “Incomprehensible”, incompreensível, em português.
As reflexões que podem ser extraídas do conceito são muitas. De fato, vivemos num ambiente de extrema fragilidade, em que as pessoas buscam eliminar todos os dias os efeitos positivos da incerteza. Uma sociedade extremamente ansiosa, já adoentada com excesso de informações. Os elementos que seriam previsíveis estão desaparecendo, o que torna a realidade não linear e incompreensível do ponto de vista racional.
Em resumo, somos o sapo dentro da panela com a água esquentando e sem ter a mínima noção do que está acontecendo. Esse é o cenário em que está imersa a advocacia 4.0.
A grande questão é partindo do mundo BANI não há premissas que possam gerar as bases de construção da advocacia 5.0. Dados os elementos da não linearidade e da incompreensão não é possível sequer prevê se a profissão ainda existirá.
Mais uma provocação que deixo aberta, convidando para que possamos discutir nos próximos textos.
Aguardo também os comentários.
[1] Disponível em https://medium.com/@cascio/facing-the-age-of-chaos-b00687b1f51d