
Dados são da plataforma Distrito; cenário de liquidez é menor e desembolsos tendem a cair em 2022
Os investimentos em startups no Brasil em 2021 mais uma vez quebraram recordes. Foram US$ 9,4 bilhões (cerca de R$ 16,7 bilhões) injetados no mercado de inovação brasileiro, quase 2,6 vezes o que foi captado pelas empresas desse segmento em 2020, US$ 3,5 bilhões. Os dados divulgados pela Folha Online são da Distrito, plataforma de inovação que monitora o setor.
As cifras bilionárias consolidam o que vem sendo regra no mercado de startups brasileiro nos últimos dez anos: desde 2011, o único momento de queda de investimentos foi 2016, ano de crise econômica aguda em meio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Em todos os lugares, a demanda por tecnologia cresceu. Reuniões passaram a demandar aplicativos de videoconferência, idas a restaurantes transformaram-se em deliveries e consultas médicas começaram a ser feitas, quando possível, usando a telemedicina. A expectativa para os investidores de tecnologia era que a mudança de comportamento impulsionada pelo distanciamento social se convertesse em lucro.
Foi esse o resultado visto: empreendedores abrindo capital em Bolsas de Valores, vendo muito dinheiro entrar em seus negócios e protagonizando mega rodadas de investimento. Prova disso é o rebanho de unicórnios que nasceu no Brasil. Foram dez empresas de tecnologia que passaram do US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,6 bilhões) em valor de mercado durante 2021, o que normalmente acontece em captações que movimentam alguns milhões de dólares.
Unicórnio de mais idade, o Nubank foi a estrela do ano entre as fintechs brasileiras. Avaliado em US$ 41,5 bilhões (R$ 233,8 bilhões), o banco digital estreou na Bolsa de Valores de Nova York no início de dezembro. Assim como outros IPOs, o feito é uma vitrine para o Brasil e acaba sendo um imã para investimentos.
FONTE: Folha Online | FOTO: Pixabay