O índice Bovespa fechou, em 29/10, pela quarta vez consecutiva em queda, contabilizando perdas que marcaram outubro com a maior queda mensal desde março, com investidores pesando pessimismo com as contas públicas e uma realidade de um Brasil com juros e inflação mais altas. O dólar está na vibe pessimista do mercado e  fechou o mês em alta. Contudo, o pior reflexo do pessimismo vem na dimensão dos juros futuros, que fecharam o mês projetando o valor de 12,13% para o ano que vem, o maior nível desde dezembro de 2016. Esse pessimismo no mercado financeiro é uma jaboticaba, ou algo específico do Brasil. Em Nova York, os índices fecharam com recordes com divulgação de balanços corporativos acima das expectativas mais otimistas o que levou o S&P500 e Nasdaq a registrar o melhor mês do ano. A cotação do petróleo também teve um mês positivo, com o Brent para janeiro avançando 6,32% no mês e o WTI para dezembro 10,36%. Para nós brasileiro, isso é mais uma péssima notícia.

O Ibovespa fechou ontem em queda de 2,09%, aos 103.500 pontos, impactado pela queda em Petrobras e da Vale e na piora da percepção de risco fiscal, fechando o mês com queda de 6,74%, o quarto mês consecutivo no vermelho.

Em outubro, a Ambev liderou as altas da Bovespa, com +11,05%, puxado pela divulgação de balanço positivo acima das expectativas, depois vem BB Seguridade com +10,73%, Vivo +6,75% também puxado por divulgação de resultados corporativos acima das expectativas e pelos rumores da participação no leilão do 5G e a conclusão de compra da Oi Móvel. As maiores quedas foram da Méliuz -44,93%, com realização de investidores estrangeiros e institucionais. Na sequência vêm Azul -31,69% e Getnet -27,33%.

Para quem está nesse mercado há algum tempo, isso é a abertura de um leque de oportunidades de compras. Crises e quedas sempre vêm e vão. Só ganha dinheiro quem compra barato e vende caro.

“Compre ao som de canhões. Venda ao som de violinos” Warren Buffet, investidor.

Fernando Amaral possui 25 anos de experiência em finanças corporativas com passagem em empresas multinacionais como Coats Correntes, Souza Cruz, Oi. Foi professor de Finanças na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e atualmente leciona finanças e economia em universidades de âmbito estadual e nacional.

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