Conforme vimos semana passada, fiquei otimista com um cenário para a Bovespa e uma certa estabilidade no cenário global. Risco com a chinesa Evergrande saiu do holofote do noticiário, inflação global em patamar elevado mas já está na pauta prioritária na gestão econômica dos governos dos principais países. É grave mas as principais economias já estão em plena retomada econômica e o gargalo na quebra da produção e da logística com o #FicaEmCasa em breve se antecipa. Acredito que o mundo está fazendo uma leitura errada ou incompleta da inflação.  O crédito inteiro está para uma inflação de oferta dando enfoque na quebra da cadeia de produção. Pouco se fala da inflação de repasse de déficits de caixa e prejuízos para os preços. Faturamento caiu mas os custos e despsas fixas ficaram lá. Agora todo o prejuízo está sendo repassado para os preços e o resultado está aí…

No mercado financeiro, o Ibovespa se descolou do exterior e fechou em alta de mais de 2,0% ontem, sob impulso de uma expectativa de juros menores após inflação abaixo do esperado e pela valorização do petróleo. Em Wall Street, os índices de ações oscilaram bastante ontem, mas fecharam em alta na semana, com os investidores lidando com uma queda na criação de vagas e aumento do custo da mão de obra. Os rendimentos dos Treasuries de dez anos superaram 1,61% ao ano, maior nível desde junho, e o dólar caiu.

Wall Street encerrou o pregão de ontem em queda, com o índice S&P500 recuando 0,19%, enquanto o Nasdaq 100 caiu 0,51%. O Dow Jones teve ligeira queda de 0,03%. Na semana, porém, os índices subiram, 0,8%, 0,1% e 1,2%, respectivamente. Os contratos futuros de petróleo Brent e WTI subiram 0,5% e 1,3%, respectivamente. O WTI registrou maior fechamento desde 31 de outubro de 2014, US$79,35, e avançou cerca de 4,0% na semana.

O Ibovespa fechou em alta de 2,03%, a quarta seguida na semana, fechando aos 112.833 pontos, depois de subir mais de 3% durante o pregão com o IPCA abaixo do esperado derrubando os juros e Petrobras reajustando a gasolina. A alta de ontem não evitou, porém, a segunda semana seguida de perdas, com -0,06%. Já os juros futuros recuaram acentuadamente nos prazos mais longos, em mais de 20 pontos-base. O dólar futuro caiu ligeiramente no dia, 0,14%, para R$5,530, embora tenha subido 2,70% na semana. Foi a quinta seguida de alta.

Com relação aos papéis da Bovespa, a Cielo ON, 11,39%, liderou as altas da semana, após arrancada no dia, puxada por IPCA abaixo do consenso e queda nas taxas futuras de juros. Em seguida veio a YDUQS ON que subiu 7,33%, com relatório do Citi afirmando que o pior para as aulas presenciais já passou. A Ecorodovias ON subiu 5,83%, depois de anunciar maior volume de tráfego no ano. Já as maiores quedas foram com a CVC ON, caindo 12,27% reflexo dos sistemas interrompidos após ataque hacker; Alpargatas PN, 11,31%, com mudança no board; e Méliuz ON, 10,17%, mesmo divulgando bons resultados operacionais.

Vem mais otimismo pela frente… Acredito que temos mudanças importantes nos cenários externo e interno e que dá pra ficar mais atento ao mercado e aproveitar boas pechinchas pela frente… Lembre-se, sábado passado falei de varejo e ontem Magazine Luiza ON subiu 6,7%.

Fernando Amaral possui 25 anos de experiência em finanças corporativas com passagem em empresas multinacionais como Coats Correntes, Souza Cruz, Oi. Foi professor de Finanças na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e atualmente leciona finanças e economia em universidades de âmbito estadual e nacional.

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